Blogue dedicado às miniaturas de táxi

sábado, 10 de novembro de 2007

Tuk-Tuk - Banguecoque - 1980 - Miniatura automóvel n.º 96

Altaya
Táxis do Mundo - Taxis du Monde - Taxis of the World
Escala: 1/43
Modelo: Tuk-Tuk - Banguecoque - 1980 - 1961 Taxi
Made in China





Os táxis de Banguecoque

Entre engarrafamentos que parecem não ter fim, guiar por Banguecoque é um pequeno desafio. O facto de se afirmar em muitos guias da cidade que «em Banguecoque se conduz pela esquerda, pelo menos em teorias», dá-nos a ideias do que é o trânsito nesta urbe.
Possivelmente, a forma mais fácil e cómoda circular pela cidade seja de táxi. São muito e circulam a toda a hora. Não existe uma cor que possa defini-los como táxis; as cores variam conforme as empresas, mas distinguem-se porque têm no tejadilho um dístico com a legenda «Taxi», «Taxi thai» ou «Taxi meter». Só estes últimos possuem taxímetro; nos restantes, há que negociar o preço da corrida.
Também se podem chamar pelo telefone e, neste caso, as telefonistas costumam falar inglês, o que facilita as explicações.
Sempre que possível, recomenda-se a utilização dos táxis pintados de verde e amarelo, pois são veículos conduzidos pelos proprietários, que costumam ser mais experientes que os condutores «amadores» que alugam veículos aos donos por alguns dias. Não é costume dar gorjeta, se bem que, conforme o custo da corrida, haja a tendência para arredondar ligeiramente o pagamento.
Aplicam-se mais ou menos as mesmas tarifas aos Tuk-Tuk, que não têm taxímetro e que obrigam a negociação do preço do trajecto. Por causa do idioma, o maior problema em Banguecoque é o entendimento com os condutores dos Tuk-Tuk. Procedem, na sua maioria, das províncias mais pobres da Tailândia e falam muito mal inglês. Além disso, raros são os que conhecem bem a cidade e é necessário mostrar-lhe no mapa o destino desejado.
É preciso ter cuidado com a malandrice de alguns condutores de Tuk-Tuk: há casos em que estabelecem acordos para receber comissões de algumas lojas e o passageiro pode acabar num destino completamente diferente do combinado. O melhor é manter a calma, dar uma olhadela (costumam ser mais caras) e prosseguir viagem. Alguns sugerem um preço mais baixo se primeiro nos conduzirem a uma dessas lojas (para ganhar a sua comissão).
Isto só é possível se o condutor falar inglês ou o passageiro tai. Também é possível que o condutor diga não ter moedas pequenas para fazer o troco na altura do pagamento. Geralmente, encontram-nas depressa se o passageiro sugerir trocar a nota na loja mais próxima.

Tuk-Tuk thai

O Tuk-Tuk é um veículo motorizado de três rodas, inventado em Banguecoque em 1960. O seu aspecto inspirou-se num pequeno veículo comercial de fabrico japonês. A origem deste tipo de veículos é, sem dúvida, anterior. Conta-se que o primeiro triciclo com estas características, ainda sem motor, foi inventado em 1933 por um comerciante chinês, Lern Pongsopon, que vivia na província tailandesa de Korat. O que ele fez foi acrescentar uma terceira roda a uma bicicleta para lhe aumentar a estabilidade. Esse veículo recebeu o nome de Samlor e continua a utilizar-se muito em todo o território tailandês. A partir do Samlor tradicional, evoluíram muitos outros tipos de triciclos, como o Samlor Puang Kang, uma espécie de bicicleta com sidecar; o Samlor Krueng, que é uma mota com espaço para três passageiros na parte de trás, o Samlor Krueng Yon, uma mota de grande cilindrada cujo sidecar, no que se pode viajar recostado, é digno de um paxá, ou o Samlor Gai Na, outra mota que, neste caso, incorpora um amplo sidecar com vários lugares.
O Tuk-Tuck é descendente directo do Samlor tradicional, com a única diferença de ter sido substituída a propulsão a pedais por um motor que facilita a condução e aumenta a velocidade. Na realidade, este veículo foi fruto da necessidade pois, em 1960, proibiu-se a circulação dos Samlor tradicionais em Banguecoque que, com a sua lentidão, empatavam o trânsito da cidade. A solução foi desenvolver um novo Samlor que, impulsionado por um motor de explosão, se ajustasse às novas regras e aos novos tempos.

O resultado foi o Tuk-Tuk, assim chamado pelo som peculiar que emite o motor destes veículos.
Na realidade, parece-se muito com os triciclos motorizados que incorporam uma caixa de carga e que têm uma pequena cabina para o condutor. Nas cidades da Europa, ainda se podem ver alguns destes veículos; só que, aqui, nunca se utilizaram para transportar passageiros.
Os Tuk-Tuk asiáticos, que na sua versão mais clássica têm espaço na parte de trás - sem paredes nem cobertura de lona - para dois ou três passageiros, deram lugar, nas zonas rurais, a veículos maiores conhecidos como Tuk-Tuk Song Taow, onde se podem acomodar até seis passageiros e que se utilizam como transporte de linha regular para levas as crianças à escola.
Outra variante são os Tuk-Tuk Deluxe que, muito mais requintados e reluzentes, operam nas áreas turísticas dos arredores de Banguecoque, como Thomburi.
É precisamente graças aos turistas e visitantes que o Tuk-Tuk goza de grande popularidade, Além da novidade que oferece aos viajantes vindos do Ocidente, acostumados aos carros fechados, o facto de ser um veículo aberto e lento convida a desfrutar do passeio e à contemplação da paisagem. Além disso, tem outra vantagem: o seu tamanho permite evitar com facilidade o trânsito intenso das grandes cidades. Mas este veículo também apresenta alguns inconvenientes: por um lado, faz muito barulho e os gases que liberta são altamente poluentes, o que se agrava por circularem aos milhares; por outro lado, por serem abertos, não oferecem nenhuma protecção contra os gases e o fumo aos passageiros que os utilizam: em certas zonas da cidade, a circulação nos Tuk-Tuk pode tornar-se asfixiante e, consequentemente, muito pouco salutar.
Desde 1994, um empresa tailandesa, a Thai Chaiyo, tem investido - em parceria com o Departamento de Controlo da Poluição e do Ruído e com o Instituto Tailandês do Automóvel - no desenvolvimento do Tuk-Tuk.
Um modelo mais moderno com quatro velocidades em vez de duas, carroçaria de fibra de vidro e com um novo motor sujeito às normas europeias.
Por último, o próprio Departamento de Controlo de Poluição patrocinou o fabrico de uns tantos protótipos eléctricos, propulsionados por uma bateria de 12 voltes.

Fonte: Táxis do Mundo fascículo n.º 27 - Altaya
-Um triciclo muito popular
-Banguecoque: a Veneza do Oriente
-Os táxis de Banguecoque: um serviço diversificado e barato
-«O Quinto Elemento» a eterna luta entre o Bem e o Mal

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