Peugeot - Do moinho ao automóvel
A história da indústria Peugeot começou no início do século XIX quando, em 1810, Jean-Pierre e Jean-Frédéric Peugeot converteram um moinho de grão numa fundição e numa frágua de martinete.
Esta primeira fábrica produzia chapas de serra laminadas e molas de relojoaria destinados à indústria do Franco-Condado. A partir deste estabelecimento, situado em Hérimoncourt, no departamento de Doubs, um autêntico complexo industrial tomou forma no Pays de Montbéliard e os seus produtos ampliaram-se a novos artigos: moinhos de café e de pimenta, utensílios diversos, bicicletas e motocicletas.
A partir de 1850, os produtos da firma passaram a apresentar um leão sobre uma seta; era o símbolo de um aço de primeira qualidade (utilizado no fabrico de lâminas de serra). Em 1858 o emblema tornou-se oficial ao ser registado no Conservatório Imperial de Artes e Ofícios.
Desde então figurou em todos os produtos manufacturados pela «Peugeot Frères», sociedade fundada em 1851.
A história dos estabelecimentos Peugeot é antes de mais a da adaptação de uma empresa a um mercado em constante evolução.
A isto se deve precisamente o sucesso de Armand Peugeot, que começou por introduzir o fabrico de bicicletas, em 1886, incorporando-se mais tarde no sector automóvel.
Em 1889, em colaboração com Léon Serpollet, Armand pôs operacional o primeiro triciclo a vapor e, a partir de 1890, os primeiros quadriciclos com motor a petróleo. Em 1894, a sociedade «Les Fils de Peugeot Frères» obteve o primeiro prémio na Competição Automobilística Paris-Rouen, organizada pela revista Le Petit Journal.
A sociedade «Automobiles Peugeot», fundada em 1896 com as fábricas de Audincourt (Doubs) e Lille (Nord), tinha como objectivo produzir veículos de turismo e camiões, enquanto «Les Fils de Peugeot Frères» conservaram as ferramentas e os artigos domésticos, as bicicletas e, pouco tempo depois, as motocicletas.
Em 1912, Robert Peugeot sucedeu a Armand e inaugurou uma nova fábrica em Sochaux.
O desenvolvimento industrial e comercial teve o apoio da entrada nas competições dos célebres Peugeot com motor de quatro cilindros, árvore de cames dupla em cabeça e quatro válvulas por cilindro, que ganharam numerosos Grandes Prémios.
O período 1914-1918, dedicado quase por completo a satisfazer as necessidades do exército francês (obuses, motores de avião, camiões...), trouxe uma paragem ao andamento das empreas Peugeot. Só em 1920 se deu um novo impulso com o lançamento de um pequeno modelo, o Quadrilette 161.
Incluído na categoria de «ciclomotores», este veículo de dois lugares, que atingia os 60 km/h, teve um grande acolhimento entre os clientes da marca.
Entre 1920 e 1924 fabricaram-se mais de 12 000 exemplares. Entre 1925 e 1929, um plano de racionalização muito importante e a adopção de meios de produção em massa nas fábricas de Sochaux permitiram lançar o primeiro modelo realmente de série da marca: o 201.
Desde a sua origem, as denominações dos modelos não seguiam uma lógica que permitisse à clientela identificá-los com facilidade.
A partir desse momento, os modelos passaram a ter uma denominação de três números: o primeiro indicava o nível dentro da gama e o último, a ordem cronológica.
Foi o que aconteceu com o 201, e a partir daí, a gama desenvolveu-se com os 301, 401 e 601. Esta nova forma de designar os modelos repetiu-se em todas as séries seguintes:
02, 03, 04 e 07. Entre 1935 e 1938, lançou-se a série «02» com, por ordem de produção, o 402, 0 302 e o 202.
Infelizmente, em 1939 todos estes esforços foram interrompidos, pois, mais uma vez, a empresa sofreu as consequências do conflito mundial: ocupação, bombardeamentos e saque das suas fábricas.
Só em 1948 se apresentou um novo modelo no Salão Automóvel de Paris, o 203.
Depois de três anos de reconstrução e reactivação da produção, Jean-Pierre Peugeot, que presidia aos destinos da firma, viu os seus esforços recompensados com o sucesso alcançado por este modelo entre uma clientela que se mantivera durante dez anos órfã de novidades.
O design deste modelo, de linhas arredondadas, inspirava-se nos veículos norte-americanos e rompia com a habitual linha afusada dos 402 de ante da guerra.
Do 203 fabricaram-se cerca de 70 000 exemplares entre 1948 e 1960. O 203 saiu para o mercado em Outubro de 1948, a versão berlina com quatro portas foi a adoptada pelos taxistas de vários países, e também dois tipos de descapotável com 2 e 4 portas, assim como as versões pick-up e furgoneta.
Peugeot 203 - Um veículo muito popular
O Peugeot 203, de interior amplo e confortável, foi um dos táxis mais comuns em França na década de 1950. Em Lyon, a segunda cidade mais populosa da República Francesa, os Peugeot 203 prestaram o serviço de táxis pintados de um insólito cinzento-aço.
O Peugeot 203 foi um dos modelos mais emblemáticos da firma e esteve entre os utilitários mais populares do pós-guerra.
A par da grande procura dos particulares, o 203 foi escolhido para cobrir o serviço de táxis em numerosas cidades francesas e inclusive em muitas das suas antigas colónias.
Ficha técnica
Anos de produção: 1948-1960
Dimensões: 4,35 m (comprimento) x 1,62 m (largura) x 1,50 m (altura)
Peso: 910 kg
Motor: 4 cilindros; 1290 cc; 42 CV a 4500 tr/min
Velocidade máxima: 115 km/h
N.º de veículos fabricados: 700 000 aprox.
Pormenores da miniatura
Vista Geral:
O que mais chama a atenção no aspecto geral deste veículo é o seu capot impressionante. Através do pára-brisas distingue-se o volante. No tejadilho, vê-se o clássico distintivo de táxi.
Taxímetro:
O detalhe mais delicado e apelativo desta miniatura é o taxímetro, situado no exterior, junto à janelinha do condutor.
A Frente:
O capot inconfundível do 203, com a sua forma afunilada e o seu grande radiador, é sem dúvida imponente.
Em comparação, o habitáculo do veículo parece minúsculo.
Matrícula:
A matrícula da miniatura acaba com o número 69, o indicativo que corresponde ao departamento de Rhône do qual a cidade de Lyon é a capital.
Traseira:
Na parte de trás, situa-se o porta-bagagem e por cima dele está a pequena lâmpada traseira. Entre os piscas, fica a placa de matrícula. Um poderoso pára-choques protege esta parte do veículo.
Lado:
A vista lateral é a que permite apreciar melhor o design e a distribuição do Peugeot 203, que se destaca pelo seu capot alongado e pelo tamanho do porta-bagagem.
Curiosamente, as portas da frente abrem no sentido contrário das de trás.
Os táxis de Lyon
O aeroporto de Lyon presta homenagem a um dos grandes aviadores franceses, Saint-Exupéry, autor de O Principezinho, que nasceu precisamente nesta cidade em 1900. Actualmente é mais conhecido pelo nome de Satolas, por causa da localidade do mesmo nome que fica aí ao pé. Como se situa bastante longe da cidade, a uns 25 quilómetros, uma corrida de táxi até ao centro de Lyon pode custar até 50 euros no horário nocturno, que começa às 7 da tarde e acaba às 7 da manhã. Os preços são sensivelmente mais baixos no horário diurno, mas a importância a pagar nunca será inferior a 30 euros (preços de 2002).
Ao contrário da maioria das cidades europeias, as tarifas não estão uniformizadas e, apesar de não existirem grandes diferenças, variam segundo a companhia de táxis que se utilize, Taxis Lyonnais, Taxis Radio, Allo Taxi, Espace Taxi e Tele Taxi são apenas cinco das muitas que operam na cidade.
Na generalidade, as companhias são sociedades pequenas, ou associações de grémios, bastante modestas. Dada a importância financeira da cidade, e a grande competência que existe no sector dos táxis, a maioria destas empresas completam os seus rendimentos oferecendo aos lioneses serviços de transporte de mensagens e pequenos volumes entre vários pontos da cidade. Todas prestam um serviço rápido e eficaz e podem-se chamar pelo telefone.
Também é possível mandá-los parar na rua.
Como acontece em todo o território francês, nos táxis de Lyon pode-se pagar com cartão de crédito.
Regra geral, os taxistas não esperam gorjeta, mas também não a recusam.
Conforme a sua origem, dominam várias línguas, desde o inglês ao árabe, passando pelo italiano e o alemão. De qualquer maneira, os taxistas de Lyon têm fama de ser amáveis e correctos, desempenhando o seu trabalho com o máximo profissionalismo.
Fonte: Táxis do Mundo fascículo n.º 33 - Altaya
-Do moinho ao automóvel
-Lyon: património da humanidade
-Os táxis de Lyon: competência e um bom serviço
-O táxi no cinema negro: ao serviço dos detectives privados
A história da indústria Peugeot começou no início do século XIX quando, em 1810, Jean-Pierre e Jean-Frédéric Peugeot converteram um moinho de grão numa fundição e numa frágua de martinete.
Esta primeira fábrica produzia chapas de serra laminadas e molas de relojoaria destinados à indústria do Franco-Condado. A partir deste estabelecimento, situado em Hérimoncourt, no departamento de Doubs, um autêntico complexo industrial tomou forma no Pays de Montbéliard e os seus produtos ampliaram-se a novos artigos: moinhos de café e de pimenta, utensílios diversos, bicicletas e motocicletas.
A partir de 1850, os produtos da firma passaram a apresentar um leão sobre uma seta; era o símbolo de um aço de primeira qualidade (utilizado no fabrico de lâminas de serra). Em 1858 o emblema tornou-se oficial ao ser registado no Conservatório Imperial de Artes e Ofícios.
Desde então figurou em todos os produtos manufacturados pela «Peugeot Frères», sociedade fundada em 1851.
A história dos estabelecimentos Peugeot é antes de mais a da adaptação de uma empresa a um mercado em constante evolução.
A isto se deve precisamente o sucesso de Armand Peugeot, que começou por introduzir o fabrico de bicicletas, em 1886, incorporando-se mais tarde no sector automóvel.
Em 1889, em colaboração com Léon Serpollet, Armand pôs operacional o primeiro triciclo a vapor e, a partir de 1890, os primeiros quadriciclos com motor a petróleo. Em 1894, a sociedade «Les Fils de Peugeot Frères» obteve o primeiro prémio na Competição Automobilística Paris-Rouen, organizada pela revista Le Petit Journal.
A sociedade «Automobiles Peugeot», fundada em 1896 com as fábricas de Audincourt (Doubs) e Lille (Nord), tinha como objectivo produzir veículos de turismo e camiões, enquanto «Les Fils de Peugeot Frères» conservaram as ferramentas e os artigos domésticos, as bicicletas e, pouco tempo depois, as motocicletas.
Em 1912, Robert Peugeot sucedeu a Armand e inaugurou uma nova fábrica em Sochaux.
O desenvolvimento industrial e comercial teve o apoio da entrada nas competições dos célebres Peugeot com motor de quatro cilindros, árvore de cames dupla em cabeça e quatro válvulas por cilindro, que ganharam numerosos Grandes Prémios.
O período 1914-1918, dedicado quase por completo a satisfazer as necessidades do exército francês (obuses, motores de avião, camiões...), trouxe uma paragem ao andamento das empreas Peugeot. Só em 1920 se deu um novo impulso com o lançamento de um pequeno modelo, o Quadrilette 161.
Incluído na categoria de «ciclomotores», este veículo de dois lugares, que atingia os 60 km/h, teve um grande acolhimento entre os clientes da marca.
Entre 1920 e 1924 fabricaram-se mais de 12 000 exemplares. Entre 1925 e 1929, um plano de racionalização muito importante e a adopção de meios de produção em massa nas fábricas de Sochaux permitiram lançar o primeiro modelo realmente de série da marca: o 201.
Desde a sua origem, as denominações dos modelos não seguiam uma lógica que permitisse à clientela identificá-los com facilidade.
A partir desse momento, os modelos passaram a ter uma denominação de três números: o primeiro indicava o nível dentro da gama e o último, a ordem cronológica.
Foi o que aconteceu com o 201, e a partir daí, a gama desenvolveu-se com os 301, 401 e 601. Esta nova forma de designar os modelos repetiu-se em todas as séries seguintes:
02, 03, 04 e 07. Entre 1935 e 1938, lançou-se a série «02» com, por ordem de produção, o 402, 0 302 e o 202.
Infelizmente, em 1939 todos estes esforços foram interrompidos, pois, mais uma vez, a empresa sofreu as consequências do conflito mundial: ocupação, bombardeamentos e saque das suas fábricas.
Só em 1948 se apresentou um novo modelo no Salão Automóvel de Paris, o 203.
Depois de três anos de reconstrução e reactivação da produção, Jean-Pierre Peugeot, que presidia aos destinos da firma, viu os seus esforços recompensados com o sucesso alcançado por este modelo entre uma clientela que se mantivera durante dez anos órfã de novidades.
O design deste modelo, de linhas arredondadas, inspirava-se nos veículos norte-americanos e rompia com a habitual linha afusada dos 402 de ante da guerra.
Do 203 fabricaram-se cerca de 70 000 exemplares entre 1948 e 1960. O 203 saiu para o mercado em Outubro de 1948, a versão berlina com quatro portas foi a adoptada pelos taxistas de vários países, e também dois tipos de descapotável com 2 e 4 portas, assim como as versões pick-up e furgoneta.
Peugeot 203 - Um veículo muito popular
O Peugeot 203, de interior amplo e confortável, foi um dos táxis mais comuns em França na década de 1950. Em Lyon, a segunda cidade mais populosa da República Francesa, os Peugeot 203 prestaram o serviço de táxis pintados de um insólito cinzento-aço.
O Peugeot 203 foi um dos modelos mais emblemáticos da firma e esteve entre os utilitários mais populares do pós-guerra.
A par da grande procura dos particulares, o 203 foi escolhido para cobrir o serviço de táxis em numerosas cidades francesas e inclusive em muitas das suas antigas colónias.
Ficha técnica
Anos de produção: 1948-1960
Dimensões: 4,35 m (comprimento) x 1,62 m (largura) x 1,50 m (altura)
Peso: 910 kg
Motor: 4 cilindros; 1290 cc; 42 CV a 4500 tr/min
Velocidade máxima: 115 km/h
N.º de veículos fabricados: 700 000 aprox.
Pormenores da miniatura
Vista Geral:
O que mais chama a atenção no aspecto geral deste veículo é o seu capot impressionante. Através do pára-brisas distingue-se o volante. No tejadilho, vê-se o clássico distintivo de táxi.
Taxímetro:
O detalhe mais delicado e apelativo desta miniatura é o taxímetro, situado no exterior, junto à janelinha do condutor.
A Frente:
O capot inconfundível do 203, com a sua forma afunilada e o seu grande radiador, é sem dúvida imponente.
Em comparação, o habitáculo do veículo parece minúsculo.
Matrícula:
A matrícula da miniatura acaba com o número 69, o indicativo que corresponde ao departamento de Rhône do qual a cidade de Lyon é a capital.
Traseira:
Na parte de trás, situa-se o porta-bagagem e por cima dele está a pequena lâmpada traseira. Entre os piscas, fica a placa de matrícula. Um poderoso pára-choques protege esta parte do veículo.
Lado:
A vista lateral é a que permite apreciar melhor o design e a distribuição do Peugeot 203, que se destaca pelo seu capot alongado e pelo tamanho do porta-bagagem.
Curiosamente, as portas da frente abrem no sentido contrário das de trás.
Os táxis de Lyon
O aeroporto de Lyon presta homenagem a um dos grandes aviadores franceses, Saint-Exupéry, autor de O Principezinho, que nasceu precisamente nesta cidade em 1900. Actualmente é mais conhecido pelo nome de Satolas, por causa da localidade do mesmo nome que fica aí ao pé. Como se situa bastante longe da cidade, a uns 25 quilómetros, uma corrida de táxi até ao centro de Lyon pode custar até 50 euros no horário nocturno, que começa às 7 da tarde e acaba às 7 da manhã. Os preços são sensivelmente mais baixos no horário diurno, mas a importância a pagar nunca será inferior a 30 euros (preços de 2002).
Ao contrário da maioria das cidades europeias, as tarifas não estão uniformizadas e, apesar de não existirem grandes diferenças, variam segundo a companhia de táxis que se utilize, Taxis Lyonnais, Taxis Radio, Allo Taxi, Espace Taxi e Tele Taxi são apenas cinco das muitas que operam na cidade.
Na generalidade, as companhias são sociedades pequenas, ou associações de grémios, bastante modestas. Dada a importância financeira da cidade, e a grande competência que existe no sector dos táxis, a maioria destas empresas completam os seus rendimentos oferecendo aos lioneses serviços de transporte de mensagens e pequenos volumes entre vários pontos da cidade. Todas prestam um serviço rápido e eficaz e podem-se chamar pelo telefone.
Também é possível mandá-los parar na rua.
Como acontece em todo o território francês, nos táxis de Lyon pode-se pagar com cartão de crédito.
Regra geral, os taxistas não esperam gorjeta, mas também não a recusam.
Conforme a sua origem, dominam várias línguas, desde o inglês ao árabe, passando pelo italiano e o alemão. De qualquer maneira, os taxistas de Lyon têm fama de ser amáveis e correctos, desempenhando o seu trabalho com o máximo profissionalismo.
Fonte: Táxis do Mundo fascículo n.º 33 - Altaya
-Do moinho ao automóvel
-Lyon: património da humanidade
-Os táxis de Lyon: competência e um bom serviço
-O táxi no cinema negro: ao serviço dos detectives privados